quinta-feira, 28 de abril de 2016

Pela janela do ônibus...

O ônibus seguiu e ficamos lá olhando nossas crianças rumo ao Rio de Janeiro, fiquei mais uns 5 ou 10 minutos conversando com outra mãe sobre a ansiedade das crianças na véspera mas logo nos despedimos pois o trabalho estava a apenas 1h30m para começar..

Um mês passou voando desde que o bilhete da viagem chegou e eu prontamente te vetei a opção de ir, mais ela foi sabiamente me convencendo que estava apta a seguir em frente e eu teria que me acostumar com isso. Papai despreocupadamente foi incumbido de participar da decisão e por ele "ta bom, pode ir", ok, prosseguimos com o mês e ela deve ter arrumado essa mochila umas 50 vezes para levar e eu sempre falava "faltam 29 dias, melhor esperar um pouco não?" "faltam 17dias, pode esperar para arrumar!" e assim na véspera tive milhões de contratempos e fui checar os itens da sua mochila as 21:30 da noite e me dei conta que você tinha feito um ótimo trabalho arrumando e desarrumando ela 50 vezes, pois assim eu tinha uma ideia do que você queria levar pelas estatísticas do que você havia colocado e tirado 50 vezes antes.. Bolsa, lanche, casaco, livro de piada, caderno para anotações, lápis, lápis reserva, dinheiro, roupa reserva. Mochila pronta.

4:45 da manhã estacionamos na rua lateral do colégio, eu e mais umas 20 mães olhávamos aquelas crianças que mal deixaram a gente dar um beijinho e entravam correndo pela porta alta do ônibus "te amo filha!" era o mais ouvido no embarque, cada um com sua mochila e sua coragem que mal pareciam aqueles pirralhos barulhentos da hora da saída, estavam todos tão crescidos ali!

O grupo criado para as "mães maniacas compulsivas por controle", melhor dizer para as mães amorosas, rs, foi a melhor invenção dos últimos tempos, sinceramente não sei o que seria de mim sem ele, acompanhei desde a ida dela sentada na cadeira, até a hora que ela acordou no ônibus chegando no rio, com a carinha amassada de dormir naquele banco de ônibus, e sem reclamar!
Algumas mães acompanharam a viagem de perto, ou melhor, rs conseguiram passar pelo barramento dos filhinhos e foram para a alegria geral das mães que não puderam acompanhar o passeio, tipo eu, que fui vetada de participar até o ultimo minuto, pois só descobri das mãe que iam um dia antes! Droga! Porque eu também iria rs.. Elas iam cantando as pedras do caminho, cada parada uma foto ao vivo, foi a salvação da lavoura. E o pobre do meu telefone ficou o dia todo na tomada, porque era um olho no e-mail e outro no grupo acompanhando a saga da viagem...

Obrigada Rio de Janeiro por continuar lindo e receber minha filha nessa primeira aventura... E pela janela do ônibus eu ví ela indo sozinha, igual uma grande, me deu tchau e foi, rumo á sua primeira de muitas viagens por aí.. Vai crescer minha passarinha..















quarta-feira, 13 de abril de 2016

Elásticos..

E como brincar de "cama de gato" com elásticos, um dia ele arrebenta, um dia alguém solta..
Vai doer sempre que você cair, vai doer sempre que eu tiro sangue, vai doer sempre que eu me entregar de corpo e alma.

Algumas conclusões que você só tira na prática, vivendo, sentindo, amando.

Sobre todas as expectativas que a vida te deixa ter, as vezes faz parte você cair, se machucar, perder, mais aquela parte do "se doar se entregar" e deixar aquela porta aberta, essa parte eu não quero mais saber. Cansei de porta aberta, e que se feche. Se feche sempre que alguém ousar chegar perto novamente, se feche pra sempre.. eu posso cair mil vezes..tirar sangue quinzenalmente.. mais essa entrega de corpo e alma é um sentimento que eu não tenho mais vontade de sentir, não. Para. Chega. Dói. Fere.

Pra que mais dor? Por que mais dor?
A frustração vai ser minha, o elástico é assim, machuca a mão de quem segura mais forte, quem solta primeiro sai ileso, sem dor, sem "sentir" a volta que machuca a mão de quem você já segurou.
A felicidade da brincadeira talvez não compense a dor do elástico depois. Você pode se lembrar pra sempre de quanto foi maravilhoso estar ali, sorrisos que são mais caros que os remédios que eu não pagar, a sua H.H. que me valeriam tanto.. Você soltou o elástico e feriu meu coração. Soltou e virou de costas, fez o seu habitual silêncio, ignorou a minha dor.